Oh! A idade venturosa da infância! Onde há outra mais feliz e mais tranquila, mais sorridente - isto é, mais egoísta?... Em volta de nós podem suceder as piores catástrofes. Se elas nos não arrancam nem os brinquedos nem os bolos, não nos atingem de forma alguma... não as compreendemos sequer...
Quando muito, correm-nos lágrimas vendo chorar as nossas mães. No entanto, é só ainda vagamente que percebemos a dor humana. Por isso as nossas lágrimas secam depressa diante dos brinquedos. E se o quadro em que nos agitamos é risonho, a infância transforma-se-nos então num jardim maravilhoso. Para as crianças felizes, só para elas, existe realmente um céu - o céu dos seus primeiros anos.
(Mário de Sá-Carneiro, poeta, contista, ficcionista português, 1890/1916)
Que lindo!!E a infância é uma fase linda,de verdade!! Guardar bem nossa criança em nós.Precisamos dela! abração,chica
ResponderEliminarOlá Chica
EliminarSim, a infância é uma das fases mais lindas da nossa existência, sobretudo quando é feliz.
Precisamos, tal como dizes, guardar e preservar sempre essa criança que há em nós.
Beijinhos
Sabes uma coisa, Tétis,
ResponderEliminarO Mário de Sá-carneiro meteu-me sempre muita confusão. Deixou-se sempre a suspeitar dele, das palavras dele. Não me perguntes porquê, mas era isso que acontecia.
Este excerto fala-nos da infância e dos sonhos. Dos sonhos da infância. De como éramos felizes, alegres e despreocupados. Da antítese da vida. Que, na maior parte das vezes, não é a nossa vida. Há semp+re a que temos, há sempre a que gostaríamos de ter.
Beijinho
Olá JP
EliminarEntendo isso que dizes de Mário de Sá-Carneiro porque ele foi um dos mais controversos poetas portugueses do início do século XX. A sua personalidade exageradamente sensível levaram-o ao delírio e à confusão, chegando por vezes à alucinação. Em toda a sua obra nota-se uma dispersão do seu eu, numa tentativa da busca constante do si próprio. Foram precisamente a inadaptação, a insatisfação, a solidão, a incapacidade de viver e sentir o que desejava que o levaram ao suicídio.
Este excerto revela essa sua crise de personalidade, a tentativa de se refugiar na infância devido à sua inadaptação à vida de adulto. Ao refúgio no sonho para não enfrentar a realidade.
Contudo, lendo ou conhecendo um pouco a sua obra, concluímos que Mário de Sá-Carneiro voou para além daquilo que sonhou.
Beijinhos
Sabes, minha Amiga,penso que sou assim, neste meu jeito, precisamente pela
ResponderEliminarInfância e adolescência maravilhosas que tive. Momentos tão bons, tão fortes!
Beijo.♥
isa.
Querida Isa
EliminarComo já disse acima à amiga Chica, a infância, quando feliz, é uma das fases mais bonitas e com melhores recordações da nossa vida.
Beijinhos
Pois, parece que nos combinámos. Não publiquei nada de Mário de Sá-Carneiro, mas falei da minha infância feliz. E se ela o foi!
ResponderEliminarBeijo, Tétis.
Laura
Olá Laura
EliminarAcabei de chegar do teu blog e ler o que publicaste sobre a tua infância feliz em S. Tomé. Como podes verificar pelo comentário que lá deixei - adorei.
Beijinhos
Para mim, querida Tétis, a infância é igual a inocência.
ResponderEliminarTão simples, como isto.
Já estiveste com uma criança doente? Todos nós estivemos. Achas que têm a mesma postura, a mesma atitude que nós, adultos? Não, não têm. Porquê?
Beijinho.
Olá Teresinha
EliminarPorquê, perguntas?
A resposta já tu a deste no começo do comentário, porque "a infância é igual a inocência".
Era tão bom que conseguissemos ser sempre crianças...
Beijinhos
Pois, vindo do Mário de Sá-Carneiro...
ResponderEliminarAbraço grande
Olá Argos
EliminarEu sei que não gostas de Mário de Sá-Carneiro, que te provoca uma certa "raiva", "frisson", ou lá como queiras definir esse sentimento.
Mas tens de concordar que este excerto não deixa de ser curioso!...
Abraço amigo
Estás a ver Tétis....não sou o único a não gostar do homenzinho!
EliminarAbraços aos dois
Tétis,
Eliminar"Frisson"?
Valha-me Deus, já não chega o acordo ortográfico?
Por acaso a palavra que utilizaria para caracterizar o senhor, não seria bem essa...nem de longe...
JP,
Não és o único não!
Abraço grande aos dois
Olá JP
EliminarEu sei que não és o único a não gostar de Mário de Sá-Carneiro. Aliás, esse não gostar já vem de longe, da época em que viveu. Sabemos que Fernando Pessoa talvez fosse o seu maior amigo, ou admirador, ou nem sei que termo aplicar.
Eu própria, em todas as respostas que aqui dei, nunca disse que gostava dele, apenas que a sua obra acabou por ser reconhecida e ele considerado um dos grandes, após a sua morte.
Beijinhos
Olá amigo Argos
EliminarEntão incomodado com a palavra "frisson"? Que tem de especial? e que tem a ver com o (des)acordo ortográfico?
Eu disse que Mário de Sá-Carneiro te poderia provocar um "frisson", não disse que esta palavra o caracterizava. Para o caracterizar haverá outras mais adequadas!...
Um abraço amigo
A palavra "frisson", Tétis, "incomoda-me" porque há outras, com o mesmo significado, na nossa língua e que poderias utilizar.
EliminarNão quero caracterizar Mário de Sá-Carneiro, quem sou eu para o fazer!
Abraço grande
Posso?
EliminarCom "frisson" estou eu a ficar com este Mário!
Tétis, percebes agora porque eu não gosto do homenzinho?
Abraços grandes aos dois
Olá JP
EliminarClaro que entendo e bem demais. É por causa do "frisson", não tenho a menor dúvida :)
Beijinhos
Argos
EliminarSe em vez de "frisson" eu escrever "mexe contigo", lá estamos a descair para o (des)acordo ortográfico (é um brasileirismo). Se eu disser "arrepio", que será a tradução mais correcta, caímos para outro lado e poderá ser mal interpretado, atendendo às características pessoais do autor em causa. Assim, continuo a preferir o "frisson" pela sua ambiguidade.
Abraço amigo
Não sei se "mexe contigo" é um brasileirismo, porque antes de ser brasileirismo era "portuguesismo"!
Eliminar:)
Agora tu podes utilizar a palavra que entenderes,é a tua escolha. Não quer dizer que caracterize o meu sentimento pelo Mário de Sá-Carneiro.
As características pessoais do autor? Ambiguidade? Ma interpretação?
Minha amiga, será que esqueceste o motivo porque não gosto muito deste autor?
Eu recordo: O suicídio!
Abraço grande
Um belo texto.
ResponderEliminarMas há aquelas crianças que custam a acreditar no sorriso,porque não descobriram como saber sorrir.Estive com uma hoje.
No entanto havia no seu olhar um largo desejo de sorrir.
Beijo
Olá amiga Fernanda
EliminarTens razão, infelizmente há crianças que não sabem sorrir. Que, apesar do "sorrir" ser, ou dever ser, inacto, elas não sabem o que isso é porque nunca tiveram motivos para o fazer.
Os olhos dizem muito, quase tudo a quem neles sabe ler e, pelo que me dizes sobre essa criança, ela, apesar de não saber sorrir com a boca, sorri com os olhos. Queres melhor sorriso do que esse?
Beijinhos
"I believe children are our future, teach well and let them lead the way... show them all the beauty they possess inside, give them a sense of pride to make it easier... let children's laughter remind us how we use to be!"
ResponderEliminarPenso que fica tudo dito...
beijinhos